MOURÃO EM BENTO: “O BRASIL TEM QUE APROVEITAR O MOMENTO”
Durante sua passagem por Bento Gonçalves, para visitar a 30ª ExpoBento e a 17ª Fenavinho, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, palestrou para convidados no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG) e disse que o Brasil precisa aproveitar o atual cenário mundial para avançar nos próximos anos. A programação iniciou pouco depois das 11h de quinta-feira (16), com visita oficial à feira e à festa, e seguiu, à tarde, na sede da entidade promotora dos eventos.
Mourão afirmou que o país pode se fortalecer com os episódios da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia. “Essa ruptura das cadeias globais de suprimento, fruto da pandemia e da guerra, é uma grande oportunidade para o Brasil, pois podemos nos apresentar como local confiável, estruturado, para que grandes empresas transfiram suas operações. E essa escassez de alimentos vai abrir novos mercados para nossos produtos”, disse. Para isso, no entanto, o país tem um desafio: vencer suas idiossincrasias.
Segundo Mourão, muitos assuntos discutidos hoje no país que opõem visões sobre Amazônia, aborto e outros temas têm origem nos Estados Unidos, e ganhou mais evidência após a eleição de Donald Trump. “É uma guerra cultural que vem sendo travada no mundo, uma guerra que resulta na polarização política. Precisamos buscar corrigir nossas idiossincrasias e os nossos grandes problemas”, comentou.
O vice-presidente também disse que é preciso o Brasil trabalhar para reforçar duas bases fundamentais para sua economia, o equilíbrio fiscal e a produtividade. No primeiro caso, ele disse que é preciso evoluir na reforma previdenciária e na reforma do Estado, cuja qual foi “feita de modo informal”. Ele também destacou a gestão profissional no setor público e a aceleração da digitalização dos serviços para reduzir custos. “Hoje, há 3,7 mil operações entre o cidadão e o governo feitas via digital”, ressaltou.
O vice-presidente vê, como forma de recuperar a capacidade de investimento do governo, dois caminhos. Um é passar uma peneira nos projetos de renúncia fiscal – R$ 370 bilhões deixam de ser arrecadados com isso, segundo ele. “Se deixo de cobrar imposto em determinado setor, esse setor tem que me retornar com emprego e renda. Se ele não está retornado com isso, tem que retirar essa renúncia”, disse. Outras formas seriam a securitização da dívida – o Brasil, conforme Mourão, tem R$ 5 trilhões de dívidas – e a abertura comercial.
Nesta sexta-feira, o vice-presidente visita Flores da Cunha.
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